Bom dia pessoas!
Post grandão, pra compensar o tempo sem escrever!!
Hoje li uma reportagem da psicóloga
Luciana Kotaka, num jornal. Vale a pena gastar uns minutinhos para ler! Segue o link da reportagem
aqui.
O que mais me chamou a atenção é que eu tinha esse preconceito... que feio... passei de preconceituosa a obesa, e senti na pele o que eu fazia com outras pessoas...
Sempre fui uma criança com o peso dentro do normal. Nunca me achei gordinha. Uma vez, aos 13 anos, uma tia perguntou minha idade e disse: “Hum, tá na hora de fazer um regime...”. Aquilo me surpreendeu, fiquei com raiva sim, mas achei ridícula a colocação porque me achava ótima como estava, e não dei bola. Bom, não sei até que ponto não dei bola realmente porque 15 anos depois ainda me lembro do fato.
Depois veio aquele crescimento rápido, o “estirão”. Aos 15 / 16 anos, já tinha os 1,74m que tenho hoje, e pesava 60 kg. Aos 17, ano do vestibular, o peso pulou para 67 kg. Nas férias, entre o fim do segundo grau e o início da faculdade, encarei o primeiro regime. E fiquei numa sanfona de dois ou três quilos a faculdade toda (5 anos), nunca passando dos 67.
Durante o tempo de faculdade, mantive meu peso. Mas a correria era imensa, hoje nem acredito que eu tinha pique pra tudo aquilo. No primeiro ano, me mantive bem, trabalhava só seis horas por dia e ia pra academia direitinho. Mas depois juntou um monte de fatores. Comprei meu primeiro carro (parei de ter que fazer o trajeto da casa e do trabalho até o ponto de ônibus, onde muitas vezes eu vinha em pé), passei a trabalhar num segundo emprego, o que dava 12h por dia, o marido (namorado na época) foi morar a 1000 km de onde eu morava e meu único lazer era comer... terminei 2005 com 77 kg. Emendei mudança de cidade, saindo da casa da mãe e lá se vão mais uns 5 kg – cheguei aos 82. Em 2008 me casei; consegui me segurar até chegar a data, mas não emagrecer. Depois do casamento relaxei total, e de abril a dezembro de 2008, mais 8 kg – cheguei aos 90, IMC de obesa.
Em 2001, no 3º ano da faculdade, comecei a namorar o meu marido – na época, ele tinha 102 kg para os seus 1,80m. Eu relutei para aceitar que estava apaixonada por um “gordinho”. Ficamos, eu não queria nada sério alegando ter saído recentemente de um namoro, mas na verdade era puro preconceito... namorei outro, e tive um estalo quando me dei conta do que estava fazendo. Não podia deixar um cara maravilhoso só por causa disso. Terminei c/ o outro num sábado, e na sexta seguinte, comecei a namorar com ele. Isso já faz mais de 8 anos.
Meus amigos da faculdade ficaram inconformados, percebi que minha família não foi lá muito a favor, mas eu acabei com o meu preconceito e segui em frente. Ele engordou mais, como eu, porque nossos programas no namoro sempre foram gastronômicos. Hoje nos preocupamos muito com a saúde, física e mental, porque ninguém além de nós tem nada a ver com a nossa vida.
Mas eu sempre ouvi esse preconceito por todos os lados. E acho que o que a psicóloga disse tem tudo a ver: quem teve o peso normal um dia sofre mais do que quem sempre esteve acima... E posso dizer, que só chegando aos 90 kg, sentindo na pele o preconceito, que entendi como as pessoas sofrem com isso.
Ano passado cheguei a pesar 81 kg. Depois me descontrolei, me descuidei nas férias e voltei aos 86,5. Mas não desisti! E não vou desistir! Sei o caminho, sei que o mais difícil é manter, que a reeducação é pra vida toda... E que esse preconceito acho que é a parte mais difícil de estar acima do peso... Enquanto ainda tenho sobrepeso, tento me amar o máximo possível, procurar roupas que me favoreçam, nem pisar em lojas que não fazem o meu tamanho – nem para comprar um presente pra outra pessoa, ou um lenço, um boné, qualquer coisa!! – acessórios bacanas, cuidar das unhas, da pele... porque a gente sabe que a autoestima é um ponto para motivação no processo de perda de peso.
E gente, há tantas outras coisas na vida mais importantes do que a nossa imagem no espelho... Para mim o primeiro passo foi não me deixar abater por isso! Jamais deixar de fazer qualquer coisa por vergonha do meu corpo!
A vida é preciosa demais... acho que temos que combater o preconceito sim, boicotar as lojas, processar as pessoas se for preciso, mas em situação alguma deixar que esse mal atrapalhe nossa vida e nossa felicidade... As pessoas preconceituosas não merecem nossa atenção...
Boa semana!!